quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Uma História de Amor - encontrado no blog http://anna-cronico.blogspot.com/2009_08_01_archive.html


[sábado, 29 de agosto de 2009]

Uma história de amor

Hoje vou contar a vocês uma história de amor. Não é daquelas entre em um homem e uma mulher, que sofrem horrores para ficar juntos, e no final tudo dá certo. É uma história entre uma menina e várias crianças, que não sofreram para ficar junto, e o tempo que ficaram, foram muito felizes.
Tudo começou em 2004, quando seria inaugurado o Centro Social Antônio Gianelli, em Belém Velho. Meu antigo colégio era colaborador, e os alunos também ajudaram a arrecadar dinheiro para o projeto do Centro Social. Eu lembro como se fosse ontem quando saía com meus colegas pelo bairro para "vender tijolinhos", para construir os prédios. Vendemos bastante, e assim que tudo ficou pronto, fomos visitar.
No começo, o Centro era pequeno, como se fosse uma creche. As cianças iam passar o dia lá, enquanto seus pais trabalhavam. Desde o início foi um projeto muito organizado e sério, que foi crescendo cada vez mais. Eventualmente nosso colégio levava os alunos lá, mas foi em 2006 que me apaixonei de vez por aquele lugar. Junto com alguns amigos meus, eu ia ao Centro Social às quartas-feiras para fazer trabalho voluntário. Tudo estava muito diferente, havia mais prédios e mais crianças. No início eu não sabia muito o que fazer, nunca levei jeito com crianças. Mas fui aprendendo com o tempo. Cuidava delas na pracinha, jogava vôlei com os maiores e, o que mais gostava, ficava no berçário cuidando dos mais novos.
E, quem diria, foi no berçário onde encontrei meu princípe encantado. Foi amor a primeira vista mesmo, botei os olhos naquele menino e disse: é meu! O que eu não sabia é que aquele rapazinho seria tão difícil de conquistar... Ele era muito quieto, tímido e não chegava perto de mim. Então, lógico, tive que tomar a iniciativa! Fui chegando de mansinho, pegando no colo, dando papinha... mas mesmo assim, precisei de umas três semanas para arrancar uma risada daquele rostinho lindo!
Vítor, é o nome dele. E, apesar de eu gostar de todas aquelas crianças, ele era meu favorito. Meu filho, como eu chamava. Depois que ficamos "amigos de verdade", ele só queria ficar comigo, principalmente na pracinha. Só descia do escorregador se eu estivesse lá embaixo para segurá-lo. Eu me sentia, claro. Me exibia com ele pra cima e pra baixo, mostrando que depois de muito esforço eu tinha conseguido conquistar aquele coraçãozinho!
Quando não estava com ele, ficava com as outras crianças no pátio ou nas salas. Tinha semanas que nós levávamos jogos para eles... e até nos apresentamos lá na festa junina. Enfim, foram dias maravilhosos, que eu queria que durassem para sempre. Mas infelizmente, com o fim do ano, eu tive de dizer adeus para todos. Inclusive para o Vítor. Céus, como isso doeu. E como eu sinto falta de tudo aquilo. Para eles era ótimo interagir com outras pessoas, que queriam o bem deles, que gostavam deles. E pra mim era maravilhoso. E é por isso que esse tipo de atividade se chama trabalho voluntário; porque não há dinheiro nesse mundo que pague a alegria de ver um sorriso estampado naqueles rostinhos!

escrito por Anna,, às 16:25

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